8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana

Saiba dos principais acontecimentos do dia!


O primeiro dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana iniciou-se com a palestra do médico belga Dr. Thierry Hertoghe, que fez uma revisão das principais hormonioterapias e falou sobre as aplicações de cada uma, assim como os sinais e sintomas que devem ser observados, tanto para deficiência quanto excesso de hormônios.

Hertoghe mencionou benefícios da hormonioterapia para diversos casos, além de detalhar as doses adequadas para cada perfil de paciente. Uma das aplicações, segundo Hertoghe, é que com o auxílio do hormônio ocitocina, o paciente fica mais extrovertido. Por sua vez, para hipotireoidismo e obesidade, o tratamento indicado é o estradiol transdérmico, que pode ser aplicado via oral ou vaginal.

A testosterona, segundo Hertoghe, auxilia no tratamento de depressão e doenças cardíacas e deve ser utilizada de forma equilibrada. Por meio da hormonioterapia, também é possível regular a pressão sanguínea.


Vida Intrauterina e Longevidade Saudável: Aspectos Fundamentais Para a Evolução Humana

A Profª. Dra. Andreia Friques falou sobre a relação da vida intrauterina e longevidade saudável, que são aspectos fundamentais para a evolução humana. Segundo a Dra., o ideal é que seja feito um preparo para a mulher engravidar e que ela tenha um estilo de vida saudável.

Isso é importante porque a nutrição ocorre desde a fecundação até os dois anos de idade da criança. No ambiente intrauterino, nos primeiros 16 dias de gestação, o coração do feto já está formado e já capta o estilo de vida da mãe.

A Dra. também ressaltou a importância de a mulher grávida se alimentar de forma saudável para que o filho siga a tendência de continuar com este hábito após o nascimento. Isso porque, nas primeiras 16 semanas de gestação, a criança começa a responder ao sabor do líquido amniótico dentro do útero, onde o paladar já começa a se formar.

Para garantir uma gravidez saudável, é necessário o equilíbrio dos macronutrientes e suplementação. Cada grávida deve fazer uma dieta de acordo com o necessário, para que a criança não tenha doenças futuramente.

Durante a gestação, é necessário identificar níveis de estresse e formas de enfrentamento, fazer uma alimentação saudável, suplementação, ter uma boa vida espiritual, conscientização familiar sobre aleitamento materno e contar com uma rede de apoio.

Ao longo da infância, os cuidados devem ser mantidos, além de prover à criança amor e educação adequada. Estes cuidados são importantes para a longevidade, isso porque o século XXI é repleto de doenças, altas taxas de suicídio, obesidade e DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) na infância.

Todos os cuidados mencionados pela Dra. podem contribuir consideravelmente para reverter esses quadros. Por isso, é importante que o médico converse com a grávida desde a primeira consulta. A missão destes profissionais é promover saúde, tanto para os pacientes quanto para as próximas gerações.


O que todo médico precisa saber sobre marketing digital para conquistar autoridade nas redes sociais

Na visão de Rejane Toigo, os médicos devem enxergar o marketing digital como um aliado para levar a mais pessoas tudo o que aprenderam até agora. Embora muita gente critique o uso das redes sociais, elas podem ser excelentes ferramentas, quando o profissional sabe utilizá-las como tal.

“Não é ser blogueiro. O marketing sempre aconteceu na área da saúde. O que mudou é que hoje nós temos mais ferramentas para desenvolver uma voz ativa e uma expressão à nossa carreira”, explicou.

Segundo Rejane Toigo, os canais digitais podem ser compreendidos como tudo aquilo que é digitalmente acessado e que as pessoas estão utilizando em seu cotidiano. Neste conceito, incluem-se e-mail, site, podcast, aplicativos, entre outros. Desta forma, o marketing digital vai além das redes sociais, que também estão nesta lista.

Rejane avalia que a produção de conteúdo não está mais exclusivamente sob responsabilidade dos grandes meios de comunicação. Agora, todos podem compartilhar informações e o receptor deste conteúdo também pode interagir, proporcionando uma verdadeira conexão entre as pessoas.

Contudo, é preciso entender a diferença entre ser popular e influente: o influente é capaz de modificar um comportamento. O profissional que não promove uma mudança na vida das pessoas é apenas popular.


Estratégia digital

Todo profissional liberal é uma marca e deve ter clareza desta realidade. Segundo Rejane, ele deve pensar em si como um agente influenciador, com um poder para levar conteúdo ao público.

Contudo, é preciso definir como esse conteúdo será levado para os receptores. A estratégia inclui a criação de um calendário de publicações, definição do perfil do público para o qual o profissional vai falar e os meios que serão utilizados.

Neste momento, pode surgir uma dúvida: em quais redes sociais é preciso estar? Rejane listou as principais: Facebook, Instagram e YouTube. Esta última citada é mais longeva, portanto, um vídeo pode repercutir por muito tempo, enquanto nas duas primeiras, o conteúdo é mais instantâneo. Website também é uma ferramenta essencial.

Com relação ao conteúdo, em qualquer que seja o meio de divulgação, é preciso entender que a estratégia não deve ser com base em fazer uma propaganda como “venha até o consultório”, mas divulgar informações relevantes e mostrar domínio sobre os assuntos. Isso vai levar, naturalmente, o paciente até o profissional.

Nosso cérebro está preparado para a sociabilidade e as redes sociais proporcionaram amplitude desse sentimento, segundo Rejane. Se os profissionais entenderem o funcionamento deste processo, é possível criar uma revolução do bem, pois acima de médicos, todos devem ser educadores, com o compromisso de fazer a diferença na vida das pessoas.


Inteligência Artificial

O Prof. Dr. Odilon Iannetta falou sobre Inteligência Artificial aplicada no rastreamento e prevenção de doenças crônicas. No início, narrou a história da medicina até os dias atuais, ressaltando os avanços que ocorreram até então.

Em densitometria óssea, por exemplo, a evolução passou por conceitos antigos de densidade, que definia algumas doenças como, por exemplo, a osteoporose diagnosticada como normal.

A partir de 1984, houve uma mudança no diagnóstico, a qualidade óssea era analisada de uma mais forma mais profunda. Agora, a Inteligência Artificial 4G estabelece quatro níveis: normal, limítrofe, inadequada e deteriorada.

Além disso, é possível rastrear a qualidade osteomuscular, fazer a prevenção da osteoporose e reduzir os índices de mortalidade relacionado a estas questões.

A Inteligência Artificial auxilia na prevenção de doenças em inúmeros casos, segundo o Dr., identificando disfunções hormonais e em glândulas, diabetes, hipertensão, obesidade, falta de atividades físicas, entre outros.

Em seguida, o Dr. Carlos Lopes falou sobre o impacto da Inteligência Artificial sobre a prática médica e o futuro na medicina com base nesse tipo de tecnologia. Inicialmente, o Dr. explicou aos participantes o que é Inteligência Artificial: a habilidade de uma máquina trabalhar ou “pensar” igual ao cérebro humano.

Entre os recursos da Inteligência Artificial, estão o reconhecimento de voz, de imagens, a função inserida em máquinas para identificação de humor por meio de redes cognitivas e neurais e a NLP (Natural Language Process), que identifica verbo, sujeito e predicado de uma frase para realizar uma ação, que é o que ocorre quando “falamos com o celular” pedindo para o aparelho ligar para alguém.

O Dr. apresentou uma ferramenta do Google que traz um diagnóstico exato de uma biopsia de linfonodo. O software identifica pequenas alterações na lâmina que indicam metástase ou algum comprometimento, com maior precisão que o próprio patologista.

Segundo Lopes, a Inteligência Artificial também está sendo utilizada na radiologia. Além disso, mamógrafos mais modernos já vêm com softwares específicos para emissão de laudo.

Também foi apresentado um software que analisa um artigo, mostra qual o sentimento predominante do texto, as palavras-chave, o grau de relevância delas e os pontos principais de tudo o que está escrito.

O Dr. apresentou ainda trabalhos em que é possível, por meio da Inteligência Artificial, identificar se uma pessoa vai ou não morrer nos próximos 12 meses, com grau de precisão de 95%.

Além disso, cases mostram que é possível identificar se uma retina é normal ou diabética por meio de uma imagem e um software. Outra aplicação para a Inteligência Artificial é “ensinar” para uma máquina quais são os padrões de risco para Alzheimer, possibilitando prever com quatro anos de antecedência se um paciente vai desenvolver a doença.

Por meio da Inteligência Artificial, portanto, é possível evitar mortes por doenças crônicas e, assim, garantir uma longevidade saudável.



Um dia de troca de experiências

Do início ao fim, o primeiro dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana proporcionou troca de experiências e muito aprendizado, tanto aos palestrantes quanto aos profissionais que vieram até o Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista, neste feriado de 15 de novembro.

A acupunturista ortomolecular Rebeka Lopes veio de Fortaleza (CE) para participar do evento. Segundo ela, o tema é essencial para a qualidade de vida e saúde da população.

"É a primeira vez que participo do Congresso e estou achando muito interessante. As palestras abordam a interferência da questão hormonal na saúde, com palestrantes renomados e internacionais. O evento ajuda a conhecer de forma mais detalhada sobre a longevidade saudável. Pretendo voltar nos próximos anos", disse.

O clínico geral Gabriel David também veio de avião para o congresso. O morador de Brasília (DF) afirmou que o Congresso traz benefícios para os pacientes e a informação é repassada com facilidade pelos profissionais que fizeram apresentações.

"Os palestrantes trouxeram novidades para o benefício do paciente, de forma didática. O evento está sendo muito bom e só tende a crescer cada vez mais", avaliou.