Segundo dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana traz tema essencial para Medicina Preventiva


Neste sábado, 16, segundo dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana, a programação começou de forma especial. O presidente do Congresso, Dr. Ítalo Rachid, apresentou uma questão essencial para a Medicina Preventiva.

Rachid levou ao público um ofício direcionado ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O documento serve como um instrumento de aproximação entre o modelo de Medicina Preventiva apresentado e os órgãos reguladores da classe médica.

O pedido é para que o Conselho faça uma análise do conteúdo científico repassado aos médicos e emita um parecer de caráter técnico. Segundo Rachid, é uma aproximação inteligente e necessária com os órgãos reguladores, uma vez que os médicos têm respeito e obediência às regras que precisam ser estabelecidas para a prática da Medicina.

A intenção é que o Conselho ofereça uma visão isenta do conteúdo científico que é ensinado para os médicos no Congresso. Desta forma, durante a abertura, o documento foi passado para os profissionais presentes, para que pudessem assinar e reforçar o pedido do ofício.

O presidente do Congresso ainda fez um convite para os médicos com doutorado se aproximarem dos conselhos, se associarem à Sociedade Brasileira para Estudos de Fisiologia (SOBRAF) e solicitarem autorização para que sejam incluídos como membros científicos.

"Precisamos voltar a nossa visão para a prática da medicina preventiva, utilizar os recursos que estão disponíveis na ciência, novos protocolos e abordagens para detectar precocemente situações de risco para o desenvolvimento de doenças”, disse o Dr. Ítalo Rachid.

“Com a contribuição preventiva, podemos reduzir os gastos com doenças, manter as pessoas mais saudáveis e que possamos ser um instrumento para a melhoria da qualidade de vida. São 2,5 milhões de pessoas que se beneficiam com a utilização dos hormônios", finalizou.


As Terapias Hormonais na Síndrome Pós-AVC e na Síndrome Pós-Trauma Cerebral

O primeiro tema deste sábado, 16, no 8º Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana foi apresentado pelo Dr. Thierry Hertoghe: As terapias hormonais na síndrome pós-AVC e na síndrome pós-trauma cerebral.

Para introduzir o assunto, o belga relembrou ao público os dois tipos de AVC existentes: isquêmico e hemorrágico. Ao referir-se ao segundo deles, Hertoghe explicou que o sangue sai do vaso sanguíneo devido a uma ruptura naquela estrutura e, como consequência, há danos causados aos tecidos cerebrais.

Segundo o Dr., o AVC hemorrágico ocorre com mais frequência quando há hipotireoidismo, pois os hormônios tireoidianos promovem os fatores de coagulação e, no caso da hipocoagulação, não há produção suficiente, facilitando assim o caminho para um possível sangramento.

Antes de efetivamente iniciar o tratamento, é importante, segundo Thierry, tentar limitar os danos causados aos tecidos cerebrais ainda nos primeiros dias após o AVC. “Se o paciente se apresenta nas primeiras três horas no pronto-socorro eles conseguem bloquear a obstrução das artérias com o tratamento especial. Após esse período isso já não é mais possível”, explicou.

Nos primeiros dez dias depois do episódio do AVC, o tratamento indicado é a hormonioterapia, com altas doses de melatonina. De acordo com o Dr., a melatonina é muito útil para o tratamento destes pacientes, reduz a mortalidade, a duração da ventilação mecânica e a hospitalização.

Também são aplicadas doses de testosterona, mesmo em pacientes mulheres. Esse tratamento, por sua vez, aumenta o fluxo sanguíneo, dissolve os coágulos e estimula a circulação.

No caso do AVC hemorrágico, segundo o Dr., a vasopressina ajuda a manter o sangue dentro dos vasos, assim como a desmopressina. No caso de AVCs isquêmicos, é possível usar vitamina E.

Contudo, não é possível utilizar essa vitamina ou óleo de peixe em pacientes com AVC hemorrágico. A recuperação cerebral deve ser feita por meio de hormonioterapia, mas não imediatamente.

O Dr. também detalhou o uso de IGF-1, hormônio do crescimento, estrógeno e progesterona para o tratamento de lesões cerebrais após o AVC. Foram detalhados perfis de paciente para cada aplicação e doses adequadas.


Aspectos Práticos da Remodelação Hormonal Bioidêntica

O Professor Ron Rothenberg falou sobre aspectos práticos da remodelação hormonal bioidêntica. Os hormônios bioidênticos possuem estrutura química e molecular idênticas aos naturais, produzidos pelo corpo humano.

Rothenberg detalhou os critérios que devem ser observados para a prescrição desse tipo de tratamento. Segundo o Dr., deve ser feita a análise dos hormônios do paciente e enviá-la ao laboratório para uma remodelação hormonal bioidêntica eficaz.

Ao longo da palestra, foi explicado como realizar esse tipo de tratamento com diversos hormônios, como testosterona, progesterona, estradiol, estrogênio, hidrotestosterona, T3, T4, entre outros.

Rothenberg também apresentou a forma como cada um deles pode ser aplicado, que benefícios podem oferecer, efeitos colaterais e a dose indicada para cada perfil de paciente, tanto homens quanto mulheres.

Uma das aplicações apresentadas, por exemplo, foi a da testosterona total, livre ou biodisponível para mulheres. A falta deste hormônio pode causar baixa libido, gordura abdominal, entre outros sintomas. A administração, neste caso, pode ser feita por meio de cremes de manipulação.

No homem, por sua vez, a testosterona baixa diminui a libido, pode aumentar a incidência de diabetes e câncer de próstata.

Frente aos benefícios e efeitos colaterais, Rothenberg detalhou o que deve ser considerado para que o médico decida por iniciar ou não a remodelação hormonal bioidêntica e como fazê-lo da melhor maneira possível.


A Importância dos Receptores Hormonais e Seu Desbloqueio Frequencial

Na última palestra antes da parada para o almoço, o Dr. José Irineu Golbspan falou sobre a importância dos receptores hormonais e seu desbloqueio frequencial.

Quando é feita a modulação hormonal e os pacientes continuam com os sintomas, mesmo com os exames apresentando resultados normais, é preciso entender que nenhum hormônio trabalha sozinho.

O hormônio depende dos receptores e, portanto, funciona no sistema chave-fechadura. Desta forma, o olhar do profissional deve ser mais amplo ao avaliar a situação do paciente.

Um caso citado para exemplificar a importância dos receptores hormonais e a importância do desbloqueio frequencial é o caso em que pacientes são resistentes à insulina. Neste caso, é possível que haja um bloqueio de receptor na tireoide, resistência ao receptor da progesterona ou resistência androgênica.

Desta forma, o bloqueio do receptor celular pode ser uma das principais causas dos sintomas que os pacientes continuam apresentando mesmo com a modulação hormonal.

As causas do bloqueio do receptor podem ser tanto bioquímicas quanto biofísicas, segundo Golbspan. Há várias maneiras de trabalhar o bloqueio de receptor e o palestrante explicou sobre o aspecto frequencial.

Entre as formas detalhadas pelo Dr. estão a homeopatia e a antroposofia. Foram apresentadas as formas de aplicação de cada uma para cada perfil de paciente.


Melatonina: Potencial Antioxidante e Otimizador da Saúde

O Prof. Dr. Russel Reiter apresentou a melatonina como potencial antioxidante e otimizador da saúde. O palestrante reforçou o que foi apresentando anteriormente, tanto no Congresso quanto no Workshop em Ciências Nutricionais e Longevidade: a importância deste hormônio.

A melatonina começa a ser produzida a partir dos quatro meses de vida pela glândula pineal, no período noturno, quando a pessoa está no escuro. Os níveis flutuam e caem na metade de vida de cada indivíduo, pois com a idade a produção é reduzida.

O Dr. explicou sobre o ciclo dia/noite e como isso pode interferir na saúde humana: A luz acesa durante a noite pode causar doenças, inclusive câncer, devido à baixa produção de melatonina. Quando a melatonina é acrescentada nas células cancerígenas, porém, evita que elas cresçam.

"O problema é que o ser humano dorme menos e não fica em um ambiente escuro, o que prejudica na produção da melatonina e aumenta a possibilidade de doenças", ressaltou.

Segundo Reiter, se o paciente tiver bons níveis de melatonina, as células cancerígenas podem reduzir. O hormônio ainda tem efeito na função renal, funciona como anti-inflamatório, anti-hipertensivo, entre outros benefícios, como possível redução da metástase, de tumores sólidos, da inibição das células cancerígenas e da glicose.

Além de ser produzida naturalmente, a melatonina também pode ser administrada via oral, sublingual e nanosfera. A forma e a quantidade que será prescrita varia conforme a necessidade, conforme explicado pelo Dr.


Melatonina: Impacto na Redução das Doenças do Envelhecimento

O Prof. Dr. Russel Reiter também falou sobre a teoria primária do envelhecimento e do dano causado por radicais livres. Essa não é a única teoria, mas é a mais é aceita, segundo o Dr.

Com o envelhecimento, há mais lixo molecular, que afeta a capacidade de andar mais rápido e compromete o funcionamento dos órgãos, por conta do dano oxidativo, que ocorre a nível molecular.

À medida em que envelhecemos, a melhor proteção contra os radicais livres são os antioxidantes, de acordo com Reiter. Segundo ele, a melatonina é um excelente antioxidante, melhor até do que vitamina C e vitamina E. Isso porque a melatonina estimula as enzinas antioxidantes, como superóxido dismutase.

O Dr. mencionou ainda o conteúdo apresentado pelo Dr. Hertoghe sobre o uso da melatonina em casos de AVC induzidos em animais. A relação feita entre os conteúdos é que, com a melatonina, mais ou menos 60% do cérebro é preservado nestes estudos, segundo Reiter.


Astrologia Médica: Ciência ou Pseudociência?

Para o Prof. Dr. Ricardo Leme, a ciência elabora respostas, que reproduzem o modelo para ser replicado, oferece repostas e linguagem matemática, é um campo restrito do saber. Por sua vez, a astrologia é fundamental para o autocuidado, segundo o Dr.

Isso porque o corpo zodiacal entra em contato com o nosso próprio ser e o planeta Terra. Para explicar estes conceitos, ele discorreu sobre mapa astral, natal, ascendente, meio do céu, planetas, entre outros, explicando as implicações de cada um.

Na visão de Leme, o DNA é um mapa que está na genética, as constelações são assimétricas e oferecem possibilidade de entrar em contato com o próprio ser, por isso são tão importantes. Desta forma, segundo o Dr., algumas perguntas não precisam ser respondidas e a vida, então, pode fazer sentido por meio do conhecimento mitológico.

Entre as explicações apresentadas estão o fato de que os planetas formam uma configuração celeste que pode trazer qualidades no caráter por meio do mapa natal de cada indivíduo.

Essa percepção, de acordo com Leme, ajuda a vida ficar mais leve. Entre os subtópicos citados estão zodíaco, signos, mandala astrológica, cartas astrológicas e casas terrestres (divisão das atividades humanas):

Casa 1 - ambiência na infância/ corpo - ascendente

Casa 2 - aptidão monetária (colheitas e safras)

Casa 3 - destreza verbal e versatilidade

Casa 4 - lar/vidas passadas

Casa 5 - Fertilidade, ócio, lazer, herdeiros e amores

Casa 6 - Subordinados, eficiência, rotinas e saúde

Casa 7 - Co-ação, sócios e adversários

Casa 8 - herança, intimidade, crises

Casa 9 - transceder, transpor, apostar

Casa 10- projeções, ambições e posição social

Casa 11 - amigos, humanismo e doações

Casa 12 - estudos da inconsciência

Outros conceitos relacionados também foram apresentados:

Corpo Regência - Cada parte do corpo e órgão representa um signo.

Tipos de Casas e definições - Casas pessoais (aprender a ser, estar e peregrinar no mundo); materiais (qualidade de realizar, trabalho, carisma); sociais (aprender a dialogar com mundo; ocultas (ver o que está além do mundo).

O palestrante finalizou dizendo que para trazer essas informações para a ciência, os profissionais devem fazer reforma íntima e entrar em contato com o próprio ser. "É necessário pensar fora da caixa, trazer informação de qualidade superior para a ciência", finalizou.


Princípios da Prática Ortomolecular Aplicados à Hormonologia

O Dr. Artur Lemos, um dos mais profundos conhecedores de fisiologia e da prática ortomolecular, falou sobre os princípios da prática ortomolecular aplicados à hormonlogia. Para introduzir o tema, o Dr. falou sobre fatores que aceleram o processo hormonal.

Lemos ressaltou a importância de não diagnosticar o paciente na primeira consulta, para não perder chances de cura, mas avaliar diversos aspectos. Isso porque, muitas vezes, o paciente está com falta de nutrientes em uma glândula e isso impede que ela trabalhe. Portanto, é preciso investigar muito antes do diagnóstico.

Entre os exemplos citados pelo Dr. para ressaltar a importância de um bom diagnóstico é quando há problemas na vida sexual do paciente. O acúmulo de serotonina pode reduzir o orgasmo. Idosos podem ter alterações, mas não adianta tomar Viagra se as substâncias necessárias para o bom desempenho não estão sendo produzidas pelo corpo.

Outro cuidado orientado por Lemos é para tratamentos com cortisol, que mantém a vida do indivíduo, mas em excesso pode ser muito prejudicial, atrofiando o hipocampo, responsável pela memória.

O Dr. também falou sobre o tratamento de distúrbios da tireoide e diabetes com base na prática ortomolecular aplicada à hormonologia. Ao longo da explicação, foram detalhadas as melhores maneiras de tratar os pacientes, considerando fatores como carência de magnésio e SHBG.

Palavra-chave: conhecimento

Como disse o Dr. Ítalo Rachid, presidente do Congresso, em sua participação no 8º Workshop em Ciências Nutricionais e Longevidade, o conhecimento é a cura para um dos grandes problemas atualmente: a ignorância.

E foi justamente conhecimento a palavra-chave que marcou o segundo dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana.

A Dra. Aline Prudente, médica Integrativa, veio de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para participar pela segunda vez do evento, ressaltou a importância do conhecimento adquirido até o momento e de estar em contato com os colegas de profissão.

"É importante manter o contato com os profissionais que estão sempre estudando, como no caso dos palestrantes, que são de dentro e fora do Brasil. Isso possibilita trocar ideias e experiências sobre o que cada profissional está fazendo em sua parte clínica. É uma medicina inovadora, para nós profissionais e pacientes. Precisamos estar em comunicação e alinhados. Estou adorando o evento", afirmou.

A mineira Suellen Duarte, clínica geral e estudante do curso de Pós-Graduação em Longevidade, participou pela primeira vez do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana e contou como foi a experiência.

“O Congresso traz muita informação e o conteúdo possui relevância na prática clínica, trazendo conhecimento. Gostei muito das palestras, em especial dos conteúdos apresentados pelo Dr. Thierry Hertoghe. Apoio a atitude do Dr. Italo Rachid de procurar o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, pois irá ajudar os profissionais da área e qualidade de vida dos pacientes", finalizou.


Prêmio Longevidade Saudável 2019





O segundo dia do 8° Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana foi encerrado conforme a tradição: com o Prêmio Longevidade Saudável 2019. O Dr. Arthur Lemos, autor de 14 livros, foi o agraciado.

O Dr. recebeu o prêmio das mãos do presidente do Congresso, Dr. Ítalo Rachid com muita emoção e ao som de uma salva de palmas dos profissionais participantes.

“Fico muito honrado com esse prêmio que vem de uma pessoa como o Dr. Italo Rachid que tenho o maior respeito, é um homem muito estudioso que busca novidades lá fora para trazer ao Brasil. O prêmio dá forças para continuar”, afirmou Lemos.

“Fiquei surpreso, pois há inúmeros profissionais merecedores. Faço parte da comissão e sou um docente do Curso de Longevidade Saudável. O evento é muito importante, pois o Dr. Rachid abriu portas para médicos que não tinham acesso à hormonioterapia. Hoje, profissionais de outras especialidades médicas podem fazer o curso e aplicar em seu trabalho”, finalizou o vencedor do prêmio.