Em paralelo ao Congresso aconteceu o 8º Workshop em Ciências Nutricionais e Longevidade, iniciando com o tema “Fitoterápicos Senolíticos: Uma nova Tendência”, apresentado pelo Dr. Henry Okigami.
Para falar sobre o assunto, Okigami discorreu sobre a senescência, que é o processo natural de envelhecimento das células, o que altera seu funcionamento normal.
A senescência celular está relacionada ao envelhecimento, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras. Segundo o Dr., porém, é possível tentar corrigir o dano cumulativo.
Para isso, foram apresentados diversos exemplos de fitoterápicos senolíticos como uma nova tendência para mudar o caminho metabólico do envelhecimento, corrigindo células senescentes, além de prevenir e tratar câncer, doença que também causa a senescência de células.
Além de apresentar e detalhar os fitoterápicos senolíticos, Okigami ressaltou que é preciso associar esse tratamento a uma dieta cetogênica e atividades físicas regulares.
Em seguida, o Dr. Renato Leça falou sobre atualidades relacionadas à vitamina D, sob a ótica da medicina integrativa. O palestrante apresentou estudos que mostram a associação da falta desta vitamina a diversas doenças.
A vitamina D controla múltiplos processos biológicos, o metabolismo do cálcio, o crescimento celular, a angiogênese, modula o sistema imune e sistema cardiovascular, inibe a proliferação de câncer de mama, colo de útero e próstata.
Ao todo, 90% das principais fontes de vitamina D vem do sol, enquanto apenas 10% é obtido por meio da dieta, segundo Leça. Entretanto, a população passa muito tempo em ambientes fechados, o que pode ser prejudicial para a saúde.
O Dr. Renato Leça detalhou as principais fontes desta vitamina na dieta e apresentou estudos que mostram sua importância para a prevenção de diversas doenças, como autismo, demência, Alzheimer, depressão, baixa imunidade, alergias, câncer, alteração do metabolismo ósseo e diversas patologias relacionadas ao olho.
Para encerrar a parte da manhã com chave de ouro, o Dr. Ítalo Rachid deixou uma mensagem muito importante aos participantes do workshop: hormônios trabalham em favor da vida.
Segundo Rachid, é preciso assumir um compromisso com a saúde, mas também com a vida das pessoas, mantendo-as em equilíbrio hormonal. Para isso, é preciso combater uma “doença” muito comum atualmente: a ignorância.
Para isso, é preciso adquirir conhecimento, de acordo com o Dr., e entender que o controle hormonal é essencial para tratar e prevenir diversas doenças, em vez de prescrever medicamentos deliberadamente.
Entre os exemplos citados por Rachid, está o fato de que o combate do colesterol é uma “bandeira” muito forte da Medicina atualmente. Entretanto, segundo o Dr., estudos mostram que não existe razão científica para propor medicamentos para baixar o colesterol, que é essencial para a saúde hormonal.
Durante a primeira atividade da tarde do Workshop, o Dr. Carlos Lopes falou sobre aspectos metabólicos da saúde masculina e doenças mais comuns em homens. Em seguida, relacionou o que foi apresentado com aspectos nutricionais.
Entre as principais doenças detalhadas por Lopes, estão DAEM (deficiência androgência do envelhecimento masculino), disfunção erétil, ejaculação precoce, HBP (hiperplasia prostática benigna) e câncer de próstata. O Dr. também apresentou o sono como fator de risco para obesidade e resistência insulínica.
Lopes detalhou ainda a importância das enzimas no corpo. Isso porque os hormônios sofrem diversas reações enzimáticas para suas fórmulas metabolicamente ativas ou para outros hormônios. Um exemplo disso é que a vitamina D precisa das enzimas para funcionar em sua forma ativa.
O Dr. também falou sobre a necessidade de estimular a produção da melatonina para garantir a saúde do homem, por meio de diversas práticas, como uma rotina saudável de sono, por exemplo.
Além disso, Lopes detalhou as consequências do estresse para a saúde e, por fim, deixou claro que a testosterona não está relacionada apenas ao desempenho sexual, mas a diversas questões de saúde, como distúrbios do sono, aumento do colesterol, hipertensão, depressão, osteoporose, diabetes, síndrome metabólica, entre outras.
O Dr. Cláudio Ferrarezi falou sobre nutrição e programação metabólica na mulher, para gerar crianças mais saudáveis. Desta forma, é preciso que o casal que pretende ter filhos passe por acompanhamento médico e tenha cuidados com a saúde pelo menos seis meses antes da gravidez.
Estes cuidados, segundo Ferrarezi, são essenciais para garantir a longevidade saudável para a criança. Isso porque os cromossomos podem conter “informações erradas” para a formação do bebê, caso a saúde dos pais não seja tratada antes da fecundação.
Para sustentar esse argumento, o Dr. apresentou estudos que mostram que os efeitos da regulação epigenética persistem por aproximadamente três gerações. Para explicar esse conceito, ele brincou dizendo que “somos o que nossas avós comeram”.
Ao longo da apresentação no workshop, Ferrarezi explicou ainda que é preciso evitar disruptores endócrinos, presentes em anticoncepcionais, cosméticos, desodorantes, perfumes, plásticos, metais pesados, contaminantes alimentares, produtos domésticos, entre outros.
Por fim, foram compartilhados conhecimentos em suplementação e alimentação adequada na pré-concepção e gravidez para diminuir a incidência de patologias, otimizar a saúde, garantir um bom peso materno fetal.
O Dr. ressaltou que o espermatozoide tem codificação genética, portanto o homem também deve tomar os mesmos cuidados. Assim, a regulação epigenética permite a criação de um ser humano saudável, que é o mais importante papel desta prática, garantindo a longevidade da pessoa que será fruto desta gravidez.
Para finalizar o Workshop em Ciências Nutricionais e Longevidade, a Dra. Virna Costa e Silva falou sobre longevidade e nutrição na pediatria. Sob esta ótica, foi detalhada a importância da alimentação saudável antes, durante e depois da gravidez.
A longevidade de uma pessoa, segundo a Dra., está totalmente relacionada com os hábitos dos pais antes da concepção, durante a gravidez e as práticas adotadas ao longo da infância.
Segundo Virna, grande parte das crianças atualmente possuem hábitos prejudiciais à saúde, como a ingestão cada vez mais precoce de alimentos inadequados. Estudos mostram o consumo de refrigerante, bolacha e biscoitos antes dos dois anos de idade é uma realidade em muitos lares.
Além disso, no mundo, apenas 43% dos bebês são amamentados exclusivamente até seis meses. Amamentar, de acordo com Virna, é essencial para a saúde das crianças.
A Dra. afirmou ainda que diversos fatores comprometem a longevidade de uma pessoa desde a infância, como redução da amamentação, distúrbios do sono, estresse, alteração hormonal, problemas na parte espiritual, falha na imunidade, neuroinflamação, disfunção mitocondrial, entre muitos outros.
A via de parto também influencia na saúde da criança, segundo a Dra., mas alimentação saudável pode garantir ao bebê que nasceu de cesárea os mesmos benefícios daquele que nasceu por parto vaginal.
Para finalizar, a Dra. listou 12 passos para alimentação saudável na infância, como não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança e não permitir produtos que contenham açúcar à criança até os dois anos de idade.
Após a longevidade ser abordada sob o aspecto nutricional em homens, mulheres, crianças e, até mesmo antes da concepção, a experiência ao longo do dia do 8º Workshop em Ciências Nutricionais e Longevidade foi encerrada com sucesso.
